Plano C 3.0

Hoje tive a grata surpresa de ler este artigo no Aventar  que me transportou a alguns raros episódios felizes da minha infância e me trouxe os cheiros, cores e gentes da aldeia perto de Arganil  onde em Agosto ano após ano num velho casebre sem WC e TV vestava durante cerca de 30 dias seguidos sem nada para fazer já que todos os miúdos da aldeia trabalhavam com os pais nas terras e andavam quase sempre descalços. Tinha um vago entretem com a leitura feita vezes sem conta de velhos e usados livros d´os Cinco e dos Almanaques Disney e sentado no degrau da porta de entrada a contar carros que passavam em direção á vila... Recordo-me de odiar aqueles dias em que o velho passava os dias no café a encharcar-se em alccol e nunca sabia como ia finalizar...mas isso são infernos que neste momento não interessam recordar. À distancia, recordo o silencio, os cheiros a terra e a pinheiro, a brisa que descia da serra do açor e da noite estrelada como não existia nem nos...

Hoje inauguro nova secção nesta casa com a introdução do livro que estiver a ler... como bom companheiro que é, no final deixo por aqui uma palavrinha sobre o mesmo.

 Os desafios que se me colocam por vezes nas tomadas de decisões diárias são como dizer....complicados e é por isso que quando me incentivam a seguir um caminho quer seja pelo medo quer seja pelo tom de voz mais jocoso ou até pela gritaria só conseguem algo de mim que esbarra na indifrença. Estar em algum sitio fazendo algo que leva um caminho que discordo não é mesmo para mim, até porque eu e os carneiros não nos damos nada bem...assim, olha...aguenta e não chora como o outro dizia... I AM OUT. Não são vocês ...sou eu. Sou eu que não forço ninguem a mudanças de opinião, sou eu que acho que o meu caminho não é aquele e por isso é assim - amigos como sempre. Ah e já agora...menos gritaria ajuda sempre :) - Conselho de Amigo.

As noites tambem se fizeram para dormir e retemperar forças para o dia seguinte que se afigura como mais uma jornada na grande cidade . Ter gente debaixo da janela em amena cavaqueira pelas 0.00h não é agradavel e chegar á varanda e pedir num registo calmo que por favor vao conversar para outro lado e ser apelidado dos mais básicos insultos com várias ameaças á integridade fisica ainda menos... acontece paredes meias com a capital num bairro pacato é bem verdade. A PSP pelos fracos meios que dispõe tambem nao pode fazer grande coisa... Registo positivo - apesar das ameaças que tive e dos multiplos apelidos que com que fui brindado não ripostei minimamente... proximo passo - queixa na PSP até porque tenho a matricula da carrinha de um dos senhores - 47-LV-69 - um frigorifico com rodas... beijinhos e abraços....

Regresso ao boliço diário onde tantas vezes me desencontro de uma forma até errada. Tão engraçado o que umas férias até fazem por mim que até descuido da intolerância tantas vezes experimentada por terras da grande cidade. Estes que passaram foram dias cheios… cheios de foco, alegria, questões, leituras, filmes, séries, caminhadas, bicla e …ah….a praia – essa secreta amiga que me ajuda a esvaziar a cabeça e a focar o essencial. Finalmente acabei a obra empreendida na trilogia da “Rapariga Corvo” da dupla de autores Erik Axl Sund – onde a mente mais obscura e tenebrosa pode ir – no fim uma lição de vida até porque como a Victoria Bergman diz, reviver o passado pode até ser a maior descida aos infernos a fazer e por isso chega-se a uma altura na vida que…fuck it. Desliguei J e que leveza. - OBRIGADO VICTORIA.