Uma mais ou menos triste recordação

Hoje tive a grata surpresa de ler este artigo no Aventar que me transportou a alguns raros episódios felizes da minha infância e me trouxe os cheiros, cores e gentes da aldeia perto de Arganil onde em Agosto ano após ano num velho casebre sem WC e TV vestava durante cerca de 30 dias seguidos sem nada para fazer já que todos os miúdos da aldeia trabalhavam com os pais nas terras e andavam quase sempre descalços. Tinha um vago entretem com a leitura feita vezes sem conta de velhos e usados livros d´os Cinco e dos Almanaques Disney e sentado no degrau da porta de entrada a contar carros que passavam em direção á vila...

Recordo-me de odiar aqueles dias em que o velho passava os dias no café a encharcar-se em alccol e nunca sabia como ia finalizar...mas isso são infernos que neste momento não interessam recordar.

À distancia, recordo o silencio, os cheiros a terra e a pinheiro, a brisa que descia da serra do açor e da noite estrelada como não existia nem nos subúrbios de Sintra..recordo-me da minha avó Celestina (aquela com quem não me estava vedado o contacto), da sua voz, do seu olhar doce e meigo com que me confortava tantas vezes e das vezes em que me fazia ovo estrelado com batatas fritas na frigideira ao lume da fogueira da casinha dela...eram momentos muito felizes e era ali que me sentia bem...

Recordo aínda a longa viagem que separavam os quase 300 km pela nacional e que era.....secante...

Boas recordações portanto .....



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