Tempestades
De mansinho as nuvens foram se adensando no horizonte. O azul celeste foi se esfumando entrando num turbilhão tempestivo que se abateu por sobre uma terra fértil e tudo foi revirado. As árvores partiram-se e muitas ficaram magoadas, os arbustos arrancados e revirados, os habitantes da floresta foram escorraçados e muitos se aninharam nas suas tocas.
Dos céus o ribombar do trovão, as águas torrenciais e os riachos que formaram mares de lama tudo tentaram levar á frente e foram fazendo mossa á passagem voraz e veloz. O inferno e as suas consequências foram vibrando tenazes e ferozes e uma horda de demónios tentou tomar conta de tudo destruindo, chacinando, esmagando, mastigando...rasgando cada pedaço encontrado...
Como a todas as tempestades precedidas de uma calma tormenta, sucedem a bonança bucólica e as nuvens levadas pelos ventos num repente se permitem mostrar pedaços do céu azul que tanto se ama e o sol teima em rasgar a negritude que tentou envolver em treva tudo o que tocou.
Eis que a alegria da Primavera teima em se mostrar e que as pequenas florinhas amarelas que nascem como praga devolvem um colorido premente e demonstram que o acreditar vale sempre e enfrentar tempestades de joelhos nunca é uma opção...
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