Reticências 


Por estes dias de desencontro e ansiedade, que teimosamente desfiaste a vida e que quase perdeste, tudo entrou em pausa.

A casa está vazia sem o teu sorriso, a tua alegria, o teu exuberante estar, o teu dedo e olhar clínico. A vida encontra se em tons de uma dor que desatina, pois o reencontro não acontece. A desorientação instalou se e os objetivos ficam esses também intermitentes .

Não sabemos nada do amanhã. Normalmente temos uma ideia...e o que é normal? Será que esta constante incerteza passou a normalidade, ou o correr dos dias era uma anormalidade de facto.? As dúvidas instalam se, os sonhos param, os sorrisos desapareceram, o temor da novidade corre nas veias em cada telefonema.

Recordo o teu rosto naquela manhã, naquele maldito dia em que com olhar perdido mas com a certeza do erro me brindaste com uma novidade cruel como punhal e onde o meu peito ficou aberto e a alma caiu estatelada num desamparo e num grito mudo .

Quedei-me em silêncio por instantes sem ter percebido que era participante num filme de terror negro como breu, frio como gelo e duro como granito.

Numa cruel realidade amesquinhada por esta espécie de vida que vivemos, mais uma vez suporto a dor da tua ausência . Não sei para onde me vire e tenho os pensamentos a mil....

Maldição atroz que nos atingiu por ousarmos Ser, gostarmos de amar, querermos a vida como quem tem fome de pão ....
 
Para onde foste? Que em cada encontro não estás,

Quando regressas dessa absoluta devastação que te rompeu a alma e transformou tudo em negro ?
Sinto a tua falta...sinto vontade de gritar sem ninguém ouvir...estou assim...sozinho, desamparado sem o teu olhar meigo e isso dói .....muito ....

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