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A mostrar mensagens de 2019

Fins

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Do alto o astro que se afunda  Em sono que se desnuda Num alado corpo alvo Em silêncio perturbante  Num olhar semicerrado Da ponte avistando O negro ser destroçado

Dias Sem Fim

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  Cálido mar que teus pés beija, Suão que teu rosto acaricia, 
 Luzeiro que no teu suave deitar toca teu olhar 
 Inveja minha não desfrutar Tão belo rosto e franco sorrir 
 Sonho meu em contemplar Num suave beijo encerrar Para sempre deixar o mundo fluir (foto @1gajasemnick)

Gelo

Pesaroso, engrenas no dia A oriente desponta o luzeiro e, O caminho permanece em sombra A negritude carrega o semblante Numa melancolia infinita Passas nas vielas escondido de todos Na multidão a solidão corrói No que te ligas, a ilusão cresce num terror continuo O gelo que te queima as entranhas É um sorriso cortante no rosto dos estranhos Fincas o olhar no chão que te quer engolir e sais sem destino Permaneces só num mar de gente O grito prende-se O olhar desvanece O silêncio consome-te A negra sombra te consumirá….

Negro

Na melancolia que me invade, Do negro que se perpetua, Da porta encerrada e de mil sonhos desfeitos Perpétua dor me massacra Em desaire que desatina No nada que se é e no pó que se perpetuará…

Parabéns João

A ti, nos 18 de hoje, Parabéns! A ti, que te desviaram para uma sombra, Parabéns! A ti, que enviesaram a vida, Parabéns! A ti, que esmagaram sonhos E nos privaram de sermos nós, Parabéns! A ti, em quem múltiplas vezes penso E de quem sinto a saudade dos que se foram, Parabéns! A ti, com quem em altura passada errei, Parabéns! A ti, em quem os sonhos despontam   E os dias se agigantam, Parabéns! A ti, a quem a vida não pode escapar, Parabéns! A ti, de quem um dia, sentado espero, um abraço venha, Parabéns! Parabéns João! Que a luz de ser feliz sempre se imponha e, Que a sombra definitivamente se desvaneça. Que os dias se iluminem sempre. Permite-te a vivência, fazendo com que cada raiar de sol, conte! Sê sempre tu e apenas tu! Na ausência forçada de quem não soube, nem sabe ser mãe, conto que um dia, quem sab,e hoje leias isto e que saibas que inequívoca e pacientemente ...

Nada mais apropriado

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Crónicas Quase Marcianas - Eduardo Lourenço, uma opinião

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(...)Posso então deitar-me ao pé do teu retrato, entrar dentro de ti como num bosque.(...) Eugénio de Andrade - as palavras interditas  Eduardo Lourenço era (é) para mim um nobre desconhecido do pensamento português, que tive o gosto de ter um vislumbre no episódio ímpar passado na RTP em horário nobre, há uns meses acerca da obra O Labirinto da Saudade. Nesta obra quase marciana, que hoje revisito, o autor conduz-nos por crónicas "avulsas " publicadas na revista Visão entre 1993 e 2007. Disserta sobre a Portugalidade, os lugares incomuns do ser pensante e o seu ponto de vista e estar no mundo que domina.  Apaixonante é verificar reflexões de há 20 anos sobre a direita Francesa  e á distancia perceber o quão certo estava;o olhar para o legado de Mário Soares, o papel da morte de Amália na sociedade portuguesa, o misto de alegria de um Nobel do mestre Saramago ou a indiferença detratora de uma certa classe política dominante á altura; temas t...