Gelo



Pesaroso, engrenas no dia

A oriente desponta o luzeiro e,

O caminho permanece em sombra

A negritude carrega o semblante

Numa melancolia infinita

Passas nas vielas escondido de todos

Na multidão a solidão corrói

No que te ligas, a ilusão cresce num terror continuo

O gelo que te queima as entranhas

É um sorriso cortante no rosto dos estranhos

Fincas o olhar no chão que te quer engolir e sais sem destino

Permaneces só num mar de gente

O grito prende-se

O olhar desvanece

O silêncio consome-te

A negra sombra te consumirá….

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