Peniche em sufoco

È certo que a insanidade também atinge cada um de nós numa coisa que intitularam de "temporada pateta" para catalogar o período estival.

È o tempo de todas as parvoíces, em que se pensa menos, se reflete pior, se bebe mais, se é mais tolerante (ou não conforme o grau de sangue no alccol).

A Oeste do país existe um concelho periférico que se auto intitula de capital da onda, onde nessa base nunca se construiu tanto (não olhando a meios), onde há mais escolas de surf por km quadrado do que certamente no resto do país, onde a clivagem entre ricos e pobres cresceu exponencialmente e onde as regras são feitas á medida das necessidades individuais.

Olhar as praias da capital da onda neste mês é sem duvida doloroso - os milhares de carros que se amontoam em estacionamentos barbaros sem olhar a qualquer regra básica e autoridades que assobiam para o lado porque sim /  caravanas acampadas em tudo o que é buraquinho sem qualquer tipo de fiscalização /  festas que cortam arterias vitais da "cidade" e terrinhas onde o único propósito é vender alcool a rodos a fim de estabelecer um adormecimento coletivo intitulado de "nacional porreirismo" / arrendamento ilegal de casas de habitação t1 ou t2 em que se amontoam 10 ou 15 pessoas sem qualquer tipo de regra ou respeito pela propriedade de cada ou até o seu descanso / manadas de gente pelas pistas de circulação de bicicletas que circulam aos magotes absortas da liberdade individual de cada um / praias concessionadas apinhadas porque alguém decide delimitar com corda um espaço que é curto - porque sim.

È verdade, seria importante parar e refletir :

- a quem serve este crescimento insustentável ?

- quais os benificios sociais deste crescimento?

- qual o numero de empregos criados e o nível médio de vencimento e contrato de trabalho?

- quais as efetivas receitas fiscais para o concelho e para o país?

- qual a razão do boom da construção civil selvagem ? as infraestruturas estão criadas para isso?(não não estão)

- porque não se foi adaptando o concelho a esta nova realidade a bem de todos?

- porque ao nível das praias não se foi preparando tudo por forma a acolher os veraneantes de forma correta e com regras?

- porque o acesso ao Baleal não é cortado (a veiculos de nao moradores e fornecedores) no verão por forma a proteger aquele tão fragil micro sistema natural

- porque não se investe em deslocar os veraneantes de forma sustentável ? 

Estar-se á a esgotar a galinha dos ovos de ouro por ali?